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24 de out. de 2010

Reflexos da crise na Europa

Para resgatar os bancos, 2008, os governos aumentaram  os gastos, mas agora, estão com déficits e dívidas enormes. Na França, trabalhadores, estudantes e sindicatos  foram às ruas protestar contra a reforma da previdência, que eleva a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos(Esperança de vida=80 anos). As manifestações não são só por causa da reforma da aposentadoria, mas uma insatisfação contra a crise que está tirando emprego, criando desconforto. Os grevistas têm o apoio de quase 70% da população, enquanto o presidente Sarkozy tem 30% de popularidade, a mais baixa da Europa.


A Inglaterra que está com o maior déficit da europa(11,5% do PIB), com excessão da Grécia, anunciou semana passada um corte de gastos muito violento(ex: seguro desemprego “eterno”).  O país vai demitir quase 500 mil funcionários públicos ao longo de quatro anos. Haverá corte extraórdinário em vários ministérios. Os Ministérios da Educação e Saúde serão os únicos afetados positivamente. Foram criadas metas de desempenho onde buscarão eficiência nos gastos do governo.
Olhando estes dados e fazendo uma rápida analogia com Moçambique, a esperança de vida(EV) no país é de 37 anos e a idade permitida para aposentar está atualmente acima dos 50 anos, ou seja, a maioria da população que trabalha por muitos anos mas sem atingir a idade mínima para aposentar, paga as suas contribuições no INSS para no final não poder receber na totalidade(ou parcial levando em conta a EV) a assistência previdenciária. Acredito que seja bastante inquerente e questionável a falta de leis para regular esta assimetria de políticas demográficas. Já o nosso déficit público está 0.70* p.p acima da meta acordada para a Comunidade da SADC.
            Recentemente, o governo apresentou várias reformas com vista a reduzir os constantes déficits generalizados e dias depois uma série de ações com o objetivo de estancar o elevado custo de vida no país, porém, com este cenário europeu e o registrado descontentamento dos principais parceiros em relação à Moçambique fica questionável o sustento deste recuo no longo prazo.

*Estimativa do FMI para 2009, ou seja, ignora a captação dos TP’s(30,7 milhões de euros)

13 comentários:

  1. Que captação o sr se refere?
    Está a falar das doações ao Orçamento de Estado????
    Gostei da análise parece que estamos a ir contra-maré.......
    Saudo-lhe pelo blog visito regularmente e consegue melhorar a cada visita pesso o vosso contacto electrónico.

    JOSSIAS BACHARELADO UEM

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  2. Bacana Rudolf!
    Uma dica, porque não disponibiliza o seu projeto de mono aqui! Aquelr modelo de cointegração parece bacana.

    Raul

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  3. Gostei do teu espaço e sucessos nas tuas analises. Que exijas mais e mais de ti como sempre fazes para chegares ao teu destino(u knou what i mean)

    1só caminho mano..1só caminho!

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  4. Peço seu contacto!
    abdul_bhai@hotmail.com

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  5. Jossias, falo da emissão dos títulos públicos através da Bolsa de Valores de Moçambique.
    Raúl, nos próximos uploads estarei disponibilizando sim parte da minha mono. Valeu pela dica.
    Anômino, obrigado pela participação. Poderia se identificar?
    Abdul Bhai, o meu contacto eletrónico é o r.n.dias@hotmail.com

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  6. Caro Dias,

    1. Quanto a esperança de vida sendo uma média, num país onde mais de metade da pop. vive na pobreza absoluta, certamente é falaciosa para indagar sobre a idade permitida para a aposentadoria.

    2. Analogia é válida para o défice público. O que interessa não é o seu nével em comparação com outros paises mas sim a sua sustentabilidade.

    Abraços

    Oland Melta
    metical.mz@gmail.com


    Abraços
    e não sãonaturalmente que

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  7. Bom dia!

    1. O Oland está entrando em contradições, seja média ou amostra, os números estão descrevendo o comportamento da série, consequentemente a interpretação coerente pega os dados usa para auxiliar na tomada de decisões e não o contrário, se é que me entende.

    2. Discordo novamente, então porque surgiram termos que se referem a grupos destabilizadores em blocos econômicos? Em economias globalizadas faz-se necessário análises de forma agregada para dentre várias razões analisar efeito contágio de economias que principalmente, teoricamente, estão à caminho da união monetária.

    De qualquer forma, grato pela visita.
    Rodolfo

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  8. Caro Rodolfo,

    1. O facto de metade da população viver na pobreza absoluta, num pais onde existe luxo e ostentação deve nos chamar atenção para diferenças gritantes de rendimento. Então a média (esperança de vida por exemplo) não é eficaz para analizar agregados minoritários (ano de reforma de trabalhadores). Os dados devem ser usados mas antes temos de saber se são os mais adequados, para não culparmos aos dados sobre as limitações que possuimos.

    2. Nada justifica que um pais deixe de tomar medidas com vista a retoma da economia so pelo facto de ter compromissos a nivel de bloco. Veja o caso da UE onde a Grecia teve medidas fora do quadro dos limites impostos na zona. Ou melhor,o que é bom para bloco económico nem sempre é melhor para o país individualmente. O contrário é falacioso. Então o que Moçambique deve fazer? Seguir o interesse do bloco ou seu interesse? O interesse de Moç é que a divida seja sustentavel.

    Abraço

    Oland Melta
    metical.mz@gmail.com

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  9. Gostaria de deixar aqui o meu comentário:
    Parece que o Oland está a fugir do rigor analítico dos dados.
    Eu entendo quando o Rodolfo diz quee polítca demografica deveria nivelar estas disparidades entre idade de aposento e esperança de vida. Estamos a falar de 18 anos que não são considerados na estatística por sermos subdesenvolvidos? O facto de sermos subdesenvolvidos seria mais uma razao de adaptarmos a politica a nossa realidade e nao meter limites irrisórios.
    Mesmo alegando ser país subdesenvlvido, na frança existe pobreza também(lógico que em escalas diferente) mesmo assim são contabilizados.

    JOSSIAS BACHARLADO UEM

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  10. Boa Tarde

    Oland, é justo o seu ponto de vista, contudo se for a pegar países que possuem este tipo de assistência previdenciária, virá que a pobreza não é fato que contribua para uma política demográfica discriminatória, mas sim levada justamente a nivelar tais assimetrias. O que está sugerindo é ignorar dados ou análises por Moçambique ser pobre, não contribuindo para melhoria desta situação. Temos diferenças significaticas em vários pontos comparando à países desenvolvidos e aos destacados no meio dos em vias de desenvolvimento, contudo, ignorando referidos pontos ou querendo justificar com pobreza não fará Moçambique crescer. O ponto crucial é, levando em conta os dados mais recentes existe esta disparidade que pode ser explicada por n fatores(pobreza, HIV, alta mortalidade infantil,..) que a meu ver deveria ser corrigida, ou pelo problema ou pelas variáveis explicativas.

    Na 2, vou pedir-lhe que pesquise um pouco mais sobre os PIIGS, pois o caos que causaram(estão causando) na Europa, coloca em risco o padrão euro. Há acordos acima da soberania do país e existem por várias razões. Você mencionou que o interesse de Moç é a sustentabilidade e concordo e torço para que assim seja , igual a Grécia, Portugal, tinham o interesse. Como quis sinalizar, estamos 0,70 p.p acima da meta ignorando a recente captação. A interpretação fica critério de cada um.
    Encerro a minha contribuição sobre os pontos que levantou, grato novamente pela participação.

    Rodolfo

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  11. Caros Rodolfo e Jossias,

    1. Penso que estamos trocando boas imprenssões (não dificeis de compreender) a sua razão desde que a mente esteja aberta a ideias diferentes.

    2. A Inglattera não entrou para a zona euro. Porque? Apesar do esforço no sentido contrario da maioria dos paises na OMC os paises ricos subsidiam a agricultura. Porquê? os americanos e israelitas forma os unicos que votam contra o levantamento de sanções à Cuba e elas prevalecem apesar de mais de 100 terem votado contra. Porque? A resposta a estas perguntas tem algo em comum: soberania.

    Valeu, um abraço para ambos...e está de parabéns o Rodolfo. Passarei mais vezes pelo blog e aviso que não exitarei em dar meus comentários criticos, se permitires.

    Oland Melta
    metical.mz@gmail.com

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  12. Oland, concordo e já diz a frase: "toda unanimidade é burra", a idéia do blog é justamente buscar novas idéias e achar um denominador comum. Volte sempre!

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  13. Parabéns pela iniciativa Rodolfo!!!!!

    Karini

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