8 de abr. de 2009
Pensar..
Quando eu era menino, na escola, os professores ensinaram-me que Moçambique estava destinado a um futuro grandioso porque tinha um vasto território e inumeras riquezas como: solo fértil, óptima localização geográfica, país livre, lutador e coisas semelhantes. Ensinaram certo?
O que me disseram equivale a predizer que um homem será um grande pintor por ser dono de uma loja de tintas. Mas o quadro, não é a tinta mas sim as idéias que moram na cabeça do pintor. São as idéias dançantes na cabeça que fazem as tintas dançar sobre a tela.
Por isso, sendo um país tão rico, somos um povo tão pobre, repito pobre. Somos pobres em idéias.
Não sabemos pensar.
Nisto nos parecemos com os dinossauros, que tinham excesso de massa muscular e cérebros de galinha. Hoje, nas relações de troca entre países, o bem mais caro, o bem mais cuidadosamente guardado, o bem que não se vende, são as idéias. É com idéias que o mundo é feito. Prova disso são os tigres asiáticos, Japão, Coréia, que pobres em recursos naturais, se enriqueceram por ter se especializado na arte de pensar.
Será que realmente pensamos?
(Continua)
(Adaptado)
Rubens Alves
24 de abr. de 2008
Utopia do desenvolvimento

É comum nos dias de hoje, ouvir-se nos meios de comunicação que agora em África, começa-se a notar um desenvolvimento visível e ainda, cria-se instantâneamente a idéia de uma possível futura ascensão econômica e hegemonia por parte de nós africanos. Identifica-se como causa o petróleo em África, em que a procura por suas jazidas e outros tantos minérios aumenta bruscamente para suprir os anseios e perspectivas insaciáveis das mega-indústrias dos ditos países do primeiro mundo, que procuram e disputam à liderança nos pólos de combustíveis que ditarão a capacidade e longevidade da mesma no mercado.
Esse assunto remete-me facilmente a um capítulo por nós vivenciado, não há muito tempo, capítulo esse, que ainda entristece o nosso íntimo, mas que se nós não enxergamos com outros olhos agora, iremos ser NOVAMENTE e ESTUPIDAMENTE enganados, saqueados até o último minuto e sem que nos apercebamos, iludidos, fazendo sempre o papel de coitados e vítimas da história.
Capítulo da expansão européia para África, que todos vocês muito bem conhecem, que tanto nossos ancestrais, como nossa terra foi brutalmente estuprada sem piedade e depois largada em choros que até hoje nós ouvimos e vemos quando nossos irmãos lutam entre irmãos devido à partilha arbitrária de África; quando num país com dimensões consideráveis,há falta de capacidade humana para poder ajudar no desenvolvimento, quando a fome nos assola de colheita à colheita e as doenças que antes não existiam, mas que no mundo de hoje matam-nos mais que no país de origem.
Esse jogo da economia global é sem dúvida a maneira mais moderna de exploração, em que os donos do capitalismo vêem África como abastecimento de suas maquinarias, e esses, alugam a nossa terra, implantam extractoras de tudo quanto é possível para sugar tudo que nos resta e vender a preços desproporcionais,que uma vez essencias para nós, pagamos o valor.
Porque será que esses investidores não constroem as fábricas em África?
Porque será que eles só agora é que vêem o potencial africano?
Dizem investir no país, enquanto a mesada que o nosso governo recebe é praticamente toda reinvestida em vias de escoamento da própria matéria-prima extraída, reinvestida em infra-estruturas para os trabalhadores das extractoras, em que os cargos de chefia pertencem todos aos estrangeiros, e alguém me diga que desenvolvimento intangível é esse, em que o investimento circula apenas em redor da matéria-preciosa?
Será que Europa e América são ingênuos ao ponto de quererem perder os seus clientes favoritos??
Vamos investir na educação, saúde, vias de comunicação, saneamento porque quando acabarem de fazer o trabalho ficaremos novamente largados, sem saber como manter o país erguido,mantendo o caminho em frente.Criemos leis e contratos que nos beneficiem, pois a matéria é nossa e é escassa, nós é que devemos ditar as regras, não deixar com que eles façam o preço e nos vendam 10 vezes mais caro.
Eles nos iludem enchendo o nosso ego com ar, pois o capital que gira em torno desses projectos é todo enviado de volta para as suas sedes.Não tenhamos medo de nos afirmar,questionar e dar a última palavra, chega de baixar a cara, encorajemos a prevenção e não a intervenção; examinemos a fundo o que leva um estrangeiro a voltar às colônias e acima de tudo rever esses todos os contractos que assinamos com terceiros por que em curto prazo até podem ser interessantes, mas as gerações vindouras pagarão o preço da vossa negligência, e nessa altura iremos correr o risco de ser mais um Iraque, que depois da exploração do petróleo fomentam uma notícia, destroem e retiram o pouco que eles criaram.
Moçambique ACORDA!
12 de abr. de 2008
Apresentação
DADOS
Rodolfo Nogueira Dias,
20 anos de idade,
Residente no Brasil,
Aluno da PUC-Minas, curso Ciências Econômicas(Ênfase em Finanças),
Director Financeiro da PUC Consultoria Jr
Como já devem ter percebido pelo nome do blog (moz economics), este, irá conter assuntos puramente econômicos,reflexões, questões pertinentes, dúvidas, comparações e principalmente críticas e possíveis sugestões de soluções para Economia de Moçambique.
Esta necessidade surge primeiro com o percepção de como nossas atitudes como meros cidadãos hoje e futuros tomadores de decisão podem influênciar a massa que nos rodeia e caracterizar o futuro que nos espera após o amanhã; segundo, por estar a estudar economia e relacionar-me frequentemente com a temática, consigo visualizar o cenário em que nos enraizamos, fruto do sistema em nos encontramos,e que em vários momentos as ações ou a falta delas, divergem do meu sentido de progressão causando-me incertezas e insatisfatoriedade em diversos assuntos e áreas.